Fonte: Portal G1 / Profissão Repórter: https://g1.globo.com/profissao-reporter/noticia/2021/03/24/profissao-reporter-ouve-relatos-de-racismo-em-estabelecimentos-ir-ao-supermercado-sempre-e-um-momento-de-tensao.ghtml
As repórteres Danielle Zampollo e Mayara Teixeira acompanharam protestos após o assassinato de João Alberto no Carrefour de Porto Alegre, em novembro de 2020.
A morte de João Alberto, um homem negro, na véspera do Dia da Consciência Negra em uma loja do Carrefour em Porto Alegre mobilizou o país em novembro do ano passado. As repórteres Danielle Zampollo e Mayara Teixeira foram até a capital gaúcha, horas depois do assassinato, e acompanharam de perto a dor da família.
No enterro de João, o clima era de emoção. “‘Não precisava ter matado. Para quê isso?”, disse a viúva Milena Borges Alves.
O pai dele, João Batista, também falou: “Nunca mais vou poder ver meu filho. É ruim. É uma sensação que eu não quero que ninguém passe”.
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Dias depois, o Profissão Repórter também acompanhou os protestos ocasionados pela morte e ouviu vários relatos de pessoas que disseram “sempre” ser vítimas de racismo e constrangimento em estabelecimentos comerciais. Veja:
“Para quem é negro, para quem é pobre, ir ao supermercado sempre é um momento de tensão. Já tive que intervir sobre outros casos de violência racial dentro de estabelecimentos como esse”, afirma Matheus Gomes, historiador e vereador do PSOL.
“A partir do momento que uma pessoa negra acaba sendo violentada, todos nós acabamos sendo violentados. Porque a gente só coloca no lugar do semelhante, porque podia ser a gente. Já passei por situações dentro de lojas… Sempre!”, afirma a estudante Nathália dos Santos.
“O jeito de tu se vestir, muitas vezes… Meu pai sempre fala: ‘Antônia, não vai de chinelo em um shopping. Vai com essa blusa’. Tudo pelo fato de acharem que você vai roubar ou fazer alguma coisa”, conta a estudante Maria Antônia dos Santos.
“Há dois anos, eu estava fazendo compras à noite, no Carrefour, e o segurança me abordou dizendo que eu tinha furtado. Eu estava no estacionamento, eles me levaram à força para a salinha de revista e lá me deixaram seminua na frente das minhas filhas e dos funcionários”, relembra a publicitária Regina Ritzel.